RESGATE DE AUSCHWITZ NA TRAGÉDIA DE SANTA MARIA
FONTE: http://araelmagnus-intermdium.blogspot.com.br/2015/02/resgate-de-auschwitz-na-tragedia-de.html
Liebe Eltern, Großeltern, Geschwister, nostalgischen (Queridos pais, avós, irmãos, tristes, saudosos)
No início de 1971 éramos 713 naquela colônia espiritual, confinados. Um lugar horrível, com muita fumaça, umidade e cheiro constante de coisa podre, gordurosa. Todos estávamos na condição de prisioneiros. No que se podia divisar dos 3 pavilhões, era semelhante à estrutura do campo de concentração de Birkenau. Em todos nós prevalecia uma atmosfera e comportamento de sofrido remorso. Quando deixei o corpo, foi-me comunicado o número de assassinatos dos quais eu participei diretamente. Assustador! No meu caso eram 237 mil! Vi alguns com números maiores, mais de 500 mil, mas todos estavam vergastados pelo pavor de se saberem tão cruéis, frios, e o pior, conscientes.
Não tínhamos momento de paz, de consolo, de sossego. A penumbra era constante e, de vez em quando, relâmpagos assustadores cortavam o ambiente, trazendo mais frio, e ouviam-se mais e mais gemidos, verdadeiros uivos de dor, de angústia. Quando aparecia a luz era para a exibição de cenas de incrível barbárie, nas câmaras de gás, com seres indefesos, velhos, crianças, mulheres, perecendo naquela situação de extrema covardia. As exibições em telas gigantescas mostravam inacreditáveis quadros e deixavam a todos nós, aterrados, arrasados, pois reavivavam nossa participação. Passei 26 anos terríveis, naquela masmorra, naquele martírio moral. Desde o dia em que chegaram os soldados ucranianos (27 de janeiro de 1945) quando fui metralhada, fiquei neste lugar.
Numa tarde, início de 71 fomos visitados por seres de porte superior, altos, vestidos de azul claro. Eram 9, e viemos a saber depois eram da Gericht Rückzahlung (Corte da Redenção). Nos olharam com atenção, carinho, porém sentíamos no ar a energia e autoridade. Reunidos no espaço comum, o pátio, ouvimos do líder uma inesquecível explicação:
- Meus irmãos. Trago-lhes boas novas. Na avaliação feita do nível vibratório emitido coletivamente deste pavilhão, detectou-se um padrão de arrependimento e consciência do mal praticado que permite a todo o grupo algumas melhorias para todos. A partir de hoje vocês receberão visitas de abnegados benfeitores que vão estabelecer junto a vocês, programas e estratégias que lhes permitam a reparação de erros ou de parte deles. Alguns benefícios acessórios virão na medida em que a evolução individual e coletiva for acontecendo. - completou.
A partir da visita daquela Corte, passamos a receber a presença de seres consoladores, generosos, amigos, que traziam para todos um expressivo, desejável, maravilhoso progresso e conforto. Dentre todos os que nos visitavam sobressaía a figura de uma irmã de caridade, Tereza da Cruz (Edith Thereza Stein), uma virtuosa e culta mulher, carinhosa, interessada, que conversava todos os dias conosco, em grupo e individualmente. Todos falamos com ela algumas vezes. Era ela quem mais nos esclarecia sobre alguns aspectos que não entendíamos. Respeitava nossas convicções e limites.
Todos os que estavam internados ali participaram diretamente nos campos de concentração de Auschwitz, e tiveram funções ligadas às câmaras de gás. Eu havia estado por dois anos e meio no Stammlager, uma espécie de centro de controle. Nos últimos anos da guerra ocupei um posto de controle em Birkenau, que era uma câmara de extermínio enorme.
Os mentores nos traziam esclarecimentos sobre os débitos que contraímos no extermínio de seres humanos nas câmaras de gás, e mostravam nossos delitos, mesmo que tivéssemos (devido ao fanatismo que entorpece, cega, elimina sentimentos) a sensação de que estaríamos cumprindo o dever para com a pátria e mesmo para com "Deus". Eu era da igreja luterana e me passavam que aquela era a vontade do Pai. Da consciência dos crimes praticados veio a obstinação em repará-los através de atitudes e de situações. Com a clareza do mal feito veio o arrependimento e um tenebroso remorso, que nos corroía de modo avassalador. Sabíamos e desejávamos que nos fosse possibilitada a forma de nos livrarmos disso.
Com a intervenção de mentores e sobretudo com o acompanhamento de Tereza da Cruz (que foi uma das minhas vítimas da mortandade na câmara de gás do Campo das Bétulas, em 42, pois era de família judia e havia sido presa na Polônia), conseguimos as liberações para nova oportunidade no corpo e estabelecemos planos para a quitação de nossos erros. No início de 1970 já estávamos conseguindo as liberações. Alguns preferiram elaborar soluções individuais ou em pequenos grupos de 3 a 10 pessoas. O grupo a que pertenço decidiu planejar um "pagamento coletivo". Chamávamo-nos "O Grupo de ZyK" , devido ao gás Zyklon-B, o pesticida a base de cianureto, a produzir o letal gás cianídrico, que era colocado por nós nas câmaras mortíferas. Zyk era um total de 344 indivíduos, incluindo alemães, austríacos, homens e mulheres, e também com a participação de 6 judeus polacos (sonderkommando e kapos).Definimos então os detalhes do "acerto" e como seria o encontro: No Brasil, na madrugada de 27 de janeiro de 2013, com a nossa câmara e forno crematório com a placa de Zyk, ao contrário, com a utilização do mesmo gás cianídrico. O mais próximo possível de como era no Birkenau.
Alguns, corajosamente, sentindo-se aptos a isso, decidiram que iriam passar pelo processo e continuar nos corpos. O sofrimento aí é muito maior mas o mérito também. Na decisão do procedimento estabeleceu-se que haveria a impessoalidade, o fatalismo, sem a participação de intencionalidade da prática. Assim, todos os envolvidos sabiam que as causas da "asfixia e cremação" seriam involuntárias, sem que alguém ou alguns tivessem o objetivo em produzir o fato, as mortes portanto. A soma de pequenas negligências,sem intenção criminosa portanto, deflagraria o quadro. Isso permite que se encerre o ciclo de algozes.
Conforme sabemos, e principalmente após a orientação dos mentores, coordenados por Tereza da Cruz, a Terra é uma oficina de reparação, um plano de resgate, de acertos de contas, de quitação. É o nosso caso...einer, der mit Eisen schmerzt....quem com ferro fere...
Hoje, dois anos depois estamos bastante aliviados, com grande parte de nossas contas acertadas. Claro, a dor de mães, pais, irmãos, avós, amigos, nos comove e abala muito. Mas temos também a certeza de que ninguém está desamparado. Tereza da Cruz coordena visita de abnegados seres que levam a estes o consolo, a compreensão, a resignação. Assim sabemos que grandes espíritos como Padre Landell de Moura, Zilda Arns, Chico Xavier, Francisco Waldomiro Lorenz, Karol Woytilla e muitos outros sempre participam de reuniões e encontros extra corpóreos com o propósito em amparar e amenizar a dor de nossos parentes e afins e em nossas reuniões do grupo. TODOS os envolvidos , (ausnahmslos!) nenhuma exceção, estão sempre sendo visitados, orientados. Cada um dos nossos recebeu ou receberá os sinais.
Frieden auch Mitteilungen! (A dor também liberta). Infelizmente essa tem sido a opção escolhida pela maior parte da Humanidade, que insiste em não se emendar. Concordo com a sábia Tereza da Cruz de que "as religiões são todas fascistas, divisionistas, excludentes. Allesamt! É em nome delas e do efêmero poder que continuam essas atrocidades. Haben Sie in den Tugenden, die sie entwickeln, zu glauben, und nicht die Etiketten zu trennen ( pratique as virtudes e creia nelas, não nos rótulos) . A Misericórdia de Deus é infinita, mas é do tamanho de sua Justiça.
Hoje continuo no antigo pavilhão, uma colônia espiritual, na ajuda aos recuperandos. Do grupo de 240 do Zyk aqui ainda estão 86. São os que ainda não se recuperaram completamente, trazendo ainda algumas deformações perispiríticas. Essa situação decorre sobretudo da revolta, da inaceitação de parentes mais próximos, que ainda não permitiram aplicar os bálsamos oferecidos pelos mentores e consoladores, que repito, visitam a todos...todos individualmente. Alguns dos nossos foram para outras colônias junto a parentes e temos notícias de que mais de 90 já estão se preparando para assumir de novo a carne, nascendo nas mesmas famílias que deixaram, como filhos, netos, sobrinhos, adotados, e outros.
Fui designada a dar essa mensagem, através deste sinneskanal (médium) cujos parentes ciganos também foram incinerados por nós, e peço aos pais, irmãos, parentes e amigos dos que fazem parte do grupo que procurem manter a serenidade e a certeza de que Deus não nos desampara. Sugiro que observem os sinais, datas, endereços e locais, porque a cada um dos que sofreram com as perdas será dada uma confirmação efetiva de que foi assim e de que estamos bem. Muitos fatos triviais, filmes, escritos, fotos são inspiradas para explicar isso. Quando por exemplo se assiste a um filme como "O menino do pijama listrado", notam-se muitos de nós. Aquilo é real. Wirklich!
BERTAH- espírito-
(Mensagem recebida via psicofônica por Arael Magnus, em sessão privativa, no dia 27 de janeiro de 2015, na chácara na periferia de Várzea Grande- MT, local onde o canal está desde dezembro se recuperando de doença.)
Esse trecho foi emocionante: "No Brasil, na madrugada de 27 de janeiro de 2013, com a nossa câmara e forno crematório com a placa de Zyk, ao contrário, com a utilização do mesmo gás cianídrico. O mais próximo possível de como era no Birkenau."
ResponderExcluirBoate KYS OU KISS?